Por exemplo, um bonequinho Julio do cocoricó saiu da caixa como Pedrinho, personagem da história. Um chaveiro de lâmpada que acende encapado de E.V.A preto virou o vaga-lume oooutro personagem. As letrinhas foram feitas em E.V.A...
Pedrinho era um garoto que gostava muito de ler, ele estava sempre com um livro na mão. Falava para todo mundo que os livros são mágicos e que as letras falam...
Em uma noite em que Pedrinho foi dormir, esqueceu sobre a mesa da sala, uma cartilha colorida, cheia de desenhos e letras. Já era madrugada. O silêncio era total.
Nisso surgiu, não se sabe de onde, um vagalume com sua luz piscante. Voou pela sala e foi pousar na mesa onde estava o livro. Ficou ali parado. Olhando tudo quando ouviu um “psiu”. Como não viu ninguém nem ligou. Novamente o “psiu” se fez ouvir, então perguntou:
- Quem está aí?
- Aqui Vagaluminho, neste livro pertinho de você. Abra bem devagar. Eu sou a letra “A”. Será que você pode iluminar as folhas para eu fazer uma visita a minhas amiguinhas?
- Claro que sim. Estou curioso e quero conhecer um livro por dentro. Vamos lá!
E a letrinha “A” virou a página do livro, mais leve que a capa, e bateu à porta da letrinha “B”.
Olá amiga! Este é o amigo Vagaluminho. Ele quer conhecer a morada das letras.
Então a letrinha “A” virou-se para o Vagalume e disse:
- Vagaluminho, apresento-lhe minha amiga a letrinha “B” ela é a segunda na ordem. É uma consoante. Consoante das boas. Com ela você pode formar as sílabas de tudo que mais gostar. Por exemplo: b+o faz bo, a partir daí você pode formar palavras como bo-la, bo-lo ou ba-ta-ta. Tudo soa bonitinho porque ela tem som próprio. O mesmo você pode fazer com todas as letras do alfabeto.
A letrinha “B” ficou encantada em conhecer o vagalume e já foi preparando bo-bó – bo-lo – bis-coi-to e bis-te-ca para agradar o vagalume. Ele estava adorando, nunca vivera uma aventura como aquela.
Foram percorrendo, de baixo para cima, o longo “caminho suave” do saber comentando, comparando e aprendendo. Lá embaixo visitaram a letrinha “X” e tomaram uma xí-ca-ra de água. Subiram um pouco até a casa da letrinha “J” para cumprimentar o ja-ca-ré que estava com o pé enfiado na ja-ca. Um pouco mais para cima ficava a horta da letrinha “B” onde eles pegaram ba-na-nas e partiram para a casa da letrinha “M” para presentear o ma-ca-co que não conseguia tirar a mão da cumbuca. Seguindo outro caminho foram parar no jóquei clube da letrinha “C” onde se ouvia a voz do narrador ecoando no ar: - Ca-va-lo, cor-re, con-so-an-te, cas-co. Saindo do jóquei eles foram diretos para o cassino da letrinha “D” onde o jogo rolava da seguinte forma: de-dos, dan-do, da-dos, di-nhei-ro, de-sa-pa-re-ce. Foi na casa da letrinha “S” que eles encontraram um sa-pa-to e levaram para a lagoa onde o sa-po lavava os pés. Atravessaram a ponte e chegaram à lanchonete da letrinha “Q” onde um rato muito esperto roubava pedaços de quei-jo. Seguiram para o riacho da letrinha “P” para ver um pes-ca-dor sendo tapeado por um pei-xe que não mordia a isca por nada no mundo. Pararam diante de um tumulto na rua da letrinha “F” porque alguém gritava: - Fo-go no fran-go fres-co! Seguiram para a feira da letrinha “L” que gritava: - La-ran-ja, li-ma, li-mão não quero! Finalmente chegaram à ladeira da letrinha “T” que subia e descia recitando: - to-la, tar-ta-ru-ga, ten-tan-do, ti-rar, ta-tu da to-ca.
Exaustos eles chegaram à penúltima página. Havia um pequeno texto e Vagaluminho começou a prestar atenção nas sílabas, agora transformadas em frases. – Interessante - disse ele -, esta letra “C” tem um rabinho nos fundilhos. Eu não havia reparado.
- Não é rabinho é cedilha. – respondeu a letrinha “A” olhando para o vagalume.
- Serve pra quê?
- Para dar som de “S” ao segundo “C”, senão as crianças leriam: “O cacador, na época da cacada, deixa algumas cacas no mato.”
Dito isso, a letrinha “A” pediu ao vagalume que a acompanhasse até á primeira página onde ela mora. Chegaram. A letrinha “A” agradeceu a gentileza do vagalume por ter iluminado a cartilha para que ela pudesse visitar as amigas. Ele, sorridente, disse adeus com estas palavras, mostrando que a visita foi válida:
- Va-ga-lu-me, va-gan-te, vol-ta, vi-si-tar.

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